quinta-feira, 10 de março de 2011

Comprando o livro pela capa: 2666


"2666 es un monumento literario, como lo es también Los detectives salvajes, sin embargo la historia y los referentes paraliterarios hacen que sea una obra especial. Bolaño tenía mucho tiempo trabajando en ella y se habia convertido en una obsesión para él terminarla. Intuyendo que la donación del órgano que precisaba para sobrevivir no llegara a tiempo o que el trasplante no fuera exitoso, se ocupó de hacer arreglos para que fuera publicada en varios volúmenes como una serie de novelas que dialogaban entre sí, a pesar de que habia sido escrita como un solo volumen. Tras su muerte, editor y viuda decidieron sensatamente mantener la unidad originaria y así, 2666 se ha convertido en una referencia mundial del portento narrativo de Roberto Bolaño "

Nem me lembro mais quando comecei a leitura desse livro. Eu já tinha lido Los detectives salvajes e Putas Asesinas duas outras obras do mesmo autor e tinha gostado de ambos. Todas as resenhas que encontrava me animavam a começar com a nova empreitada, apesar de que aqui e ali surgiam umas piadas sobre o tamanho do livro, a dificuldade de ler na cama etc. Aqueles que reclamavam da edição brasileira não fazem idéia das 1.119 paginas da edição espanhola.
Iniciei a leitura do livro, seguindo a ordem proposta, com a parte dos críticos. Foi uma leitura fácil, não tive como não me envolver com aquelas criaturas que somente tinham em comum a devoção a obra do escritor Archiboldi. Com a parte de Almafitano meu ritmo de leitura começou a cair, talvez até influenciado pelo estado mental do personagem.
A parte de Fate também não foi muito fácil, personagens entrando e saindo sem parar na historia e um fio condutor muito tênue me conduziu lentamente até o final do terceiro livro.
Enfim cheguei à parte dos crimes, nunca imaginei que leria algo tão pesado e tão longo, foi extremamente penoso, parei e retornei a leitura varias vezes, a descrição continua de crimes bárbaros foi de difícil digestão, somente após a entrada em cena da deputada que a leitura deslanchou um pouco.
Finalmente cheguei à esperada quinta parte, aquela de Archibaldi. A descrição da estranha juventude do autor foi uma leitura leve e agradável, mas acompanhar a parte da guerra com todas as estórias paralelas que começaram a ser contadas exigiu um esforço gigantesco.
Que posso dizer, a leitura de 2666 não é fácil, Roberto Bolaño não facilita nada a vida do leitor com saídas ou soluções fáceis. Não há como não se abismar com a capacidade de criação de personagens e estórias paralelas que vão entrando e saindo continuamente através das varias partes do livro, recomendo somente para quem realmente gosta muito de ler e não quer ficar em estereótipos.